O sono é causa ou consequência das alterações cognitivas?
- neuro9
- há 3 dias
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Nem sempre dormir mal é apenas um sintoma. Às vezes, é o primeiro sinal de que algo mais profundo está acontecendo.
Hoje, quase metade da população dorme menos do que o necessário, e o que antes parecia uma questão individual se tornou uma epidemia silenciosa de sono insuficiente. As consequências vão muito além do cansaço. Dormir mal afeta o humor, a memória, a capacidade de concentração e até a saúde cerebral a longo prazo.
Mas o sono não é apenas descanso, ele é um processo ativo e vital. Durante a noite, o cérebro trabalha intensamente:
- consolida memórias, 
- processa emoções, 
- fortalece conexões neurais 
- remove proteínas tóxicas associadas ao Alzheimer, como a beta-amiloide. 
Cada uma das fases do sono tem um papel específico nesse processo, e compreender isso ajuda a entender por que a qualidade do sono é tão importante quanto a quantidade.
As fases do sono e suas funções
🔹 N1: A transição entre a vigília e o sonoÉ o estágio mais leve, que dura poucos minutos. O corpo começa a relaxar, o ritmo cardíaco desacelera e o cérebro reduz gradualmente sua atividade.
🔹 N2: O sono leveÉ a fase mais longa do sono, representando cerca de 50% da noite. Aqui, o cérebro começa a processar as informações do dia e a consolidar as memórias. É quando o aprendizado se fortalece.
🔹 N3: O sono profundo, ou de ondas lentasÉ o momento de maior restauração física e mental. O corpo se regenera, o sistema imunológico é fortalecido e o cérebro realiza uma espécie de “faxina”, removendo substâncias tóxicas que, em excesso, estão relacionadas a doenças neurodegenerativas.
🔹 Sono REM: Onde acontecem os sonhosO cérebro volta a ficar mais ativo. Essa fase é essencial para o equilíbrio emocional, a criatividade e a integração de experiências. É também aqui que se reforçam as conexões entre memória e emoção.
Apneia do sono: um alerta silencioso
Entre os distúrbios que mais comprometem a qualidade do sono, a apneia obstrutiva do sono merece atenção especial. Caracterizada por interrupções repetidas na respiração durante a noite, ela reduz a oxigenação do cérebro e fragmenta o descanso, mesmo quando a pessoa acredita ter dormido o suficiente.
Além da sonolência diurna, irritabilidade e dificuldade de concentração, a apneia está associada a um risco maior de hipertensão, AVC, alterações cognitivas e demência. O diagnóstico é feito por meio da polissonografia, e o tratamento pode variar desde mudanças no estilo de vida até o uso de aparelhos específicos (como o CPAP).
Dormir bem não é apenas fechar os olhos, mas garantir que o cérebro realmente descanse e se recupere.
Quando é hora de se preocupar?
Se você tem acordado cansado, com lapsos de memória, irritabilidade, dificuldade de foco ou sonolência excessiva durante o dia, pode ser o momento de investigar.
Distúrbios do sono podem ser tanto causa quanto consequência de alterações cognitivas, e identificar isso cedo faz toda a diferença. Cuidar do sono é cuidar do cérebro.
Dormir bem não é luxo: é prevenção.
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