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Setembro Roxo: um olhar humano sobre o Alzheimer – histórias, sinais e acolhimento

  • Foto do escritor: neuro9
    neuro9
  • 29 de set.
  • 2 min de leitura
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Setembro é conhecido mundialmente como o mês de conscientização do Alzheimer, uma oportunidade para ampliar a informação, acolher famílias e quebrar mitos sobre a doença. O Alzheimer não afeta apenas a memória, ele atinge relações, autonomia e a vida de toda uma família.


Durante este mês, estou trazendo um olhar humano para essa jornada. Ao longo dos anos de atendimento e pesquisa, observei como os sinais iniciais do Alzheimer podem ser sutis e, muitas vezes, confundidos com "coisas da idade", cansaço ou até mudanças de humor passageiras.


Sinais iniciais que vão além do esquecimento


Uma das primeiras queixas relatadas por familiares é a mudança de personalidade. Alguém que era extrovertido pode se tornar mais calado, enquanto uma pessoa calma pode passar a apresentar irritabilidade ou desconfiança excessiva. Em outros casos, o afastamento do convívio social ou um olhar mais desconectado são sinais de que algo está acontecendo no cérebro.


Outro sintoma precoce é o abandono de atividades complexas: cozinhar, pagar contas, planejar uma viagem ou até usar o celular. Pequenas tarefas que antes eram naturais começam a gerar confusão, e isso pode ser facilmente confundido com estresse.


Esses sinais mostram que o Alzheimer nem sempre começa com a perda de memória, mas com mudanças no jeito de ser e viver. Reconhecê-los é essencial para buscar diagnóstico e tratamento no tempo certo.


O impacto emocional invisível


O que mais pesa no Alzheimer nem sempre aparece nos exames. Existe uma dor silenciosa tanto para quem vive com a doença quanto para quem cuida.

Para o paciente, há medo, frustração e esforço para parecer "normal", escondendo os erros e tentando manter a própria identidade.

Para os cuidadores, existe luto antecipado, solidão e sobrecarga emocional, muitas vezes vividos em silêncio e sem rede de apoio. Por isso, mais do que diagnosticar, é preciso olhar com humanidade, escutar e acolher cada pessoa envolvida.


Quando a memória se volta para o passado


Uma frase comum no consultório é: “Quero ir pra casa”. Muitas vezes, o paciente já está em casa fisicamente, mas, na verdade, está se referindo a um lugar interno, de segurança e familiaridade. As memórias mais antigas tendem a permanecer, enquanto as recentes se desfazem. Esse pedido pode significar:


  • “Quero me sentir seguro de novo.”

  • “Quero alguém que cuide de mim.”

  • “Quero voltar para um tempo em que eu sabia quem eu era.”

Saber interpretar esses sinais muda completamente a forma de cuidar.


O Alzheimer é uma das doenças mais caras do mundo, não apenas financeiramente, mas emocionalmente. Ele exige tempo, adaptação e, principalmente, acolhimento. Neste Setembro Roxo, a mensagem é clara: o Alzheimer não é apenas uma doença da memória.


É uma doença que afeta toda a estrutura familiar e social. Buscar informação, diagnóstico precoce e apoio emocional pode transformar a jornada de quem vive e cuida.


Se você percebeu sinais em alguém próximo, não espere. O cuidado começa com o primeiro passo: entender e acolher. Compartilhe este conteúdo e ajude a espalhar informação e empatia neste Setembro Roxo.

 
 
 

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